Drenagem Linfática no tratamento de pacientes oncológicos
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Massagem e Medicina, por Renata França

Criadora da massagem mais desejada pelos famosos entrevista para a J.P médicos e especialistas, abordando os benefícios da massagem na saúde das pessoas

Ana Hoff

Onco-endocrinologista, chefe da endocrinologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, membro titular da Oncologia D’Or e médica associada da Clínica Onco Star - CRM (SP): 103.287

1- Renata França: Qual é o maior desafio de se trabalhar na especialidade de tumores endócrinos? Ana Hoff: Os tumores endócrinos tendem a ser raros e, mesmo causando manifestações clínicas complexas, muitas vezes, não são conhecidos pelos médicos generalistas, o que retarda o diagnóstico e o início do tratamento. Isso ocorre na medicina privada e na rede pública, em âmbito mundial. Também é um desafio se manter atualizado em relação à fisiopatologia e aos tratamentos. São muitos os avanços nos últimos anos. Por isso, a endocrinologia conta com o onco-endocrinologista, especialista em tumores endócrinos. Outro desafio é trazer medicamentos novos para o Brasil. A participação em estudos internacionais e de sociedades médicas internacionais, de grupos internacionais como ITOG (Ïnternational Thyroid Oncology Group), e do Grupo Internacional de Neoplasia Endócrina Múltipla é um esforço que tem compensado, pois conseguimos colocar o Brasil no círculo dos estudos clínicos internacionais que trazem oportunidade de tratamento aos nossos pacientes, tanto da rede pública como da privada. Com a atuação na Rede D’OR, estamos também iniciando esses projetos de pesquisa com medicamentos novos no âmbito privado, e isso ocorre por meio do IDOR (instituto de pesquisa da Rede D’OR).

2- RF: Quais são as neoplasias mais comuns dentro da endocrinologia? AR: O câncer de tireoide é a mais frequente. São aproximadamente 15 mil casos novos por ano, no Brasil. Em seguida vêm os tumores de paratireoide (mais frequente o benigno do que o maligno), tumores neuroendócrinos do pâncreas, intestino, pulmão, tumores das glândulas adrenais (tanto o carcinoma do córtex da adrenal como o feocromocitoma e adenomas produtores de cortisol, de aldosterona etc.), e os tumores hipofisários. A complexidade é tanta que, no Instituto do Câncer, temos grupos que tratam especificamente cada tipo de tumor.

3- RF: Qual é a sua opinião sobre pacientes oncológicos que incluem a drenagem linfática no tratamento? AR: A drenagem linfática, muitas vezes, melhora a dor, a mobilidade, a qualidade de vida do paciente. Ela pode ser utilizada como uma terapia complementar em algumas situações, principalmente no pós-operatório ou em pacientes muito edemaciados. A indicação, entretanto, deve ser individualizada. O paciente deve conversar com o seu médico para saber se a drenagem só lhe trará benefício e não uma complicação maior.

4- RF: Que benefícios a massagem pode trazer a pacientes em tratamento de câncer? AR: São vários benefícios. A massagem é relaxante e, assim, reduz a ansiedade, que é tão comum ao paciente com câncer. Ela ainda pode reduzir a dor, principalmente a das costas, que muitas vezes ocorre pela tensão da musculatura para-espinhal. Melhora, sem dúvida, a qualidade de vida dos pacientes, mas é importante que se receba de um profissional experiente em pacientes oncológicos. A massagem bem feita traz benefícios, mas a mal feita pode trazer mais transtornos ao paciente.

5- RF: Em que casos de pós-operatório ela pode ser recomendada? AR: O paciente que faz cirurgia plástica se beneficia quase universalmente da massagem e da drenagem linfática. Mesmo com outros tipos de cirurgia, massagens relaxantes restritas aos membros inferiores, e mesmo a reflexologia, podem ser consideradas. Entretanto, a indicação deve ser individualizada. Vai depender do tipo de cirurgia, se o paciente tem ou não comorbidades, e, portanto, deve sempre ser indicada pelo médico primário.

6- RF: Em que casos a senhora não indica a massagem/drenagem? AR: A indicação ou não deve ser individualizada, mas acredito que uma contraindicação seria a presença de trombose nos membros inferiores. Em resumo, a massagem traz bem-estar ao paciente, melhora a qualidade de vida etc. Portanto, o mais importante é abordar o médico e perguntar se poder ser realizada. Na maioria das vezes, sim.

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